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O Sommelier X O Soberbo

O Sommelier X O Soberbo

Se tem um pensamento que nos últimos anos sigo tendo é o posicionamento do profissional Sommelier. Seria ele um soberbo? Arrogante? Metido? Ou simplesmente exercendo sua profissão ao pé da letra?

Sinceramente, eu prefiro acreditar que o motivo é a última pergunta! Mas infelizmente sabemos que não é assim que funciona. Sou profissional há 20 anos, mas nunca trabalhei com serviço em salão, apenas auxiliei equipes. Minha “praia” é outra! Sou da venda garrafa fechada, treinamento de equipes e palestras. Não deixo de ser sommelière por não atuar em serviço, pois sou formada e tenho toda a técnica. E é exatamente por saber como aprendemos como nos portar diante de um cliente pergunto: porque tanta superioridade?

Soberba é uma manifestação de orgulho,de pretensão, de superioridade sobre as outras pessoas. É a arrogância, a altivez, a autoconfiança exagerada. . É também um adjetivo que qualifica aquele que é mais alto ou está mais elevado que outro, que tem soberba, vaidoso, grandioso, sublime, magnífico, belo.

Porque falo isso? Simplesmente porque diariamente lido com muitos amigos que não são conhecedores de vinhos, que apenas gostam de tomar um bom vinho! Então é necessário ter tato para falar de vinhos com essas pessoas, é preciso uma linguagem menos formal e sim a simplicidade das palavras transformarem o vinho em uma bebida aliada e não ser vista como “coisa de outro mundo”. Ou seja, é preciso humildade, exatamente o oposto de soberbo.

Vamos aos exemplos: 

  • Cliente: Boa noite, eu gostaria de pedir um vinho.
  • Sommelier: A senhora prefere Novo Mundo ou Velho Mundo?

Saberia a cliente a diferença entre esses dois termos empregados na pergunta? Velho Mundo e Novo Mundo? O Sommelier quis mostrar serviço ou uma posição mais elevada sobre um tema que domina? (leia-se: soberbo)

Não sei qual a resposta correta, mas diria que isso é chato! É preciso entender qual a “praça” que você está trabalhando. Que tipo de estabelecimento, onde está, que tipo de cliente atende, comida. Com essas informações a postura do profissional deve mudar.

Sugestão sem parecer superior ao cliente: 

  • Prefere branco ou tinto? (todos sabemos a diferença só pela cor, né?)
  • Tem preferência de país? (muito mais leve que perguntar Novo Mundo e Velho Mundo)
  • Prefere um vinho mais leve ou mais encorpado? (leve e encorpado em vez de TÂNICO)

As perguntas acima são uma forma de ajudar ao cliente escolher de forma mais sútil. É preciso respeitar a falta de conhecimento do cliente. Palavras simples são importantes para deixar o cliente confortável com essa missão de escolher um vinho.  E sempre entregue a carta ao cliente e deixe ele conversar com as demais pessoas na mesa.

Deixo todos os profissionais do vinho aqui com esse texto para reflexão e que melhorem o seu serviço, porque as reclamações não são poucas quanto ao “soberbo” mundo dos Sommeliers!