Semanas atrás provei essa beleza de vinho e não poderia deixar de compartilhar com vocês essa experiência. Afinal, esse grande vinho quebra muitas regras que normalmente ditamos no mundo do vinho. Já vou explicar…
Wild Rock Red Pit é um vinho de corte com a proporção de 71% Merlot, 25% Malbec, 4% Cabernet Franc. Um corte bordalês literalmente! Produzido na Nova Zelândia em uma região com clima marítimo o que remete novamente a Bordeaux.
… Então vamos falar do que aparentemente seria contraditório aos comentarias de vinhos por aí
A principal uva do corte é a Merlot, essa bem menos tanica que suas companheiras Cabernet Sauvignon, Syrah ou Tannat. E quando pensamos em um vinho de guarda, a Merlot não está na lista. Um grande erro se lembrarmos dos vinhos de St. Emilion em Bordeax, onde muitos são produzidos para anos e mais anos de guarda. E a diferença está exatamente na vinificação do vinho que potencializa o vinho para guarda.
A ROSCA
O vinho é de rosca, perceberam na foto? Pois é, ainda continuaremos torcendo a cara para vinhos finalizados com rosca? É sério? Vedação perfeita, sem contaminação pela rolha e obviamente a possibilidade de uma oxidação antecipada não acontece. Eu sou fã da rosca e acho excelente opção para preservar vinhos. É o caso desse!
A SAFRA
Estamos falando de um vinho da safra 2008! Ou seja, 10 anos de vida! Não é um vinhozinho de rosca do dia a dica, aqui é um vinho da Nova Zelândia, 71% Merlot, rosca e guarda! Sim!!! Um grande vinho!
VINIFICAÇÃO
O resultado desse vinho é exatamente a arte de se produzir! O mosto foi vinificado em aço inox, filtrado e trasfegado para barricas de carvalho francês por 14 meses, um tempo bem considerável. E pelo menos 20% das barricas eram de primeiro uso, o que potencializa esse vinho. Então o resultado não poderia ser menos do que se espera com 10 anos de safra. E a ficha técnica indica em média 8 anos de guarda… Ou seja, ele aguentou bem sua idade sem apresentar cansaço.
Diretrizes Enogastronômicas: Embutidos ricos em sabor; Paleta de cabrito assada ao perfume de alecrim; Pappardelle ao creme de trufas; Prime-rib grelhado na brasa, servido com tian de legumes à provençal.
Decanter Importadora
ANÁLISE DO VINHO
A cor já demonstra bons anos de garrafa, do rubi opaco com tom atijolado escuro. O nariz é sensacional com notas de frutas negras, frutas secas como figo e que se fundem ao cacau e algumas notas de ervas. Sofisticado ataque em boca, com fruta abundante, taninos elegantes apoiados em equilibrada acidez.
E o resultado é que “quebrando” muitas teorias ditas e escritas sobre o vinho, temos um grande vinho que aguentou firme a sua idade e quem tiver alguma garrafa por aí, está na hora de tomar!
Até o próximo post!