Bordeaux continua sendo o assunto desse mês, e por isso vamos ampliar o nosso conhecimento sobre essa região e os seus vinhos, é claro!
A divisão das subregiões de Bordeaux deixa bem claro que são áreas com microclimas, solos e adaptações diferentes, e como consequência as uvas também são diferentes.
Syrah foi a uva da semana!!! Não fiz por querer, mas admito que no fundo já estava querendo comparar alguns vinhos dessa mesma casta para sugerir aqui no site. E eu degustei 3 vinhos com essa uva para indicar aqui!
Já adianto que não abri os vinhos juntos e fiz uma comparação “alinhada”, abri em dias diferentes… Então vamos as observações de cada vinho. E claro, não irei compará-los pois também se encontram em categoria de preços diferenciados.
O primeiro que abri foi o Villard Syrah 2012. Tomei a safra 2014 há dois meses atrás no Chile, mas eu ainda tenho a safra 2012 aqui no Brasil. Então essa semana eu queria compará-lo com o Pinot Noir em força, expressão, acidez, taninos… Era uma carta de vinhos para um restaurante. E por dica do winemaker da casa me disse que seria bom ver a evolução do Syrah e “obedeci” a sugestão. ( A garrafa foi aberta no Domingo 01.05.16)
O vinho apresenta uma coloração bem intensa, rubi com alguns fios violáceos. O aroma é intenso, frutas vermelhas maduras, pimenta do reino e algo mais evoluído ainda como um bosque. A diferença da safra 2014 é exatamente nessa evolução, que deixa o vinho ainda mais “trabalhado”. Na boca a acidez está bem equilibrada – sem dúvida melhor que a safra atual do mercado que irá evoluir e a acidez vai se mostrar mais harmônica – e os taninos ainda firmes, porém aveludados. Posso afirmar que gostei desse vinho com alguns anos mais na garrafa. Apesar de ser um vinho chileno, leva mais a elegância do Velho Mundo do que o impacto dos vinhos do Novo Mundo. (Decanter Importadora – R$ 117,30 – safra 2014)
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O segundo vinho degustado essa semana foi outra bomba do Novo Mundo, Las Moras Gran Shiraz 3 Valleys 2009. Esse vinho eu tomei há muito tempo atrás e realmente precisava relembrar as suas características. E foi uma ótima pedida para comparar com os demais vinhos dessa matéria. (A garrafa foi aberta sexta-feira 06.05.16)
O vinho apresenta uma coloração bem intensa, ainda toque púrpuro apesar dos anos em garrafa. No nariz muitos aromas de frutas maduras, um pouco de álcool aparente antes do vinho abrir e ficou devendo a pimenta, mas aparece aromas provenientes da madeira como a baunilha e o tabaco. E na boca mostra um aveludado, potente, taninos macios e aí sim senti especiarias que não encontrei no nariz. Um vinho bem característico do Novo Mundo e mostrando que as uvas são de um clima com maturação plena. (Decanter Importadora – R$ 213,30 – Safra 2011)
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E por último foi a vez do Kilikanoon Killerman’s Run Shiraz 2010. Outro vinho que a safra encontrada no mercado é já mais nova, se não me engano 2013. Mas sempre é bom ter uma garrafa guardada por algum tempo na adega, e aqui meu pai e eu somos campeões em “esconder” algumas garrafas na loja mesmo. (A garrafa foi aberta na terça-feira 08.05.16)
Falando do vinho, já apresenta uma evolução na cor e o rubi domina, bem profundo. É daquele vinho que coloca na taça e parece um “xarope” no bom sentido, é claro! Aqui os aromas são bem intensos, ameixa, tostado e sem dúvida muita pimenta preta. Um verdadeiro pote de aromas… Na boca mostra taninos bem marcantes e elegante, frutado sempre lembrando frutas negras maduras e muito “spyce”. Uma bomba de prazer! Um vinho maravilhoso para quem busca um típico vinho da uva Shiraz Novo Mundo. Mais ainda, não fica dúvida nenhuma em uma degustação às cegas da origem desse vinho… Um clássico australiano de região quente e típica da casta. (Decanter Importadora – R$ 180,20 – Safra 2013)
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E depois de experimentar 3 vinhos da uva Syrah ou Shiraz como você preferir, eu me pergunto: Será essa a minha nova casta preferida? Bem, posso dizer que tenho gostado bastante da Syrah, e sem dúvida tenho experimentado coisas maravilhosas de toda parte, além é claro de sempre ter tido uma queda pelos vinhos do Cote du Rhone… Mas ainda o primeiro lugar fica com a Pinot Noir, essa é a minha casta preferida! Tanto do Novo Mundo como os da Borgonha ou mesmo da Itália.
Todos os vinhos degustados acima são da Importadora Decanter e você encontra no site da empresa ou nas lojas de seus distribuidores e enotecas. Os preços podem variar conforme Tributação Estadual.
GOSTOU DESSE TEXTO? CONFIRA MAIS SOBRE ESSA CASTA AQUI:
https:/2015/08/syrah-ou-shiraz-que-uva-e-essa/
Se tem uma coisa que me incomoda é a confusão entre vinho com defeito e vinho que as pessoas não gostam. Deu para entender a diferença?! Vou explicar porque não é tão simples como parece! Tá vendo essa foto aí em cima? Pois é, parece que as duas rolhas apresentam um problema aí, mas na verdade a rolha (direita) que apresenta somente um leve vazamento pode não ser um problema e o vinho está perfeito. Já com a rolha do lado esquerdo fica bem complicado, porque fungos e bactérias passam cheiro e gosto muito rapidamente ao vinho…
Bordeaux! Bordeaux! Bordeaux! Como é lindo falar esse nome e melhor ainda beber os seus vinhos!
Preparei um vídeo com uma rápida explicação da região de Bordeaux na França, que você pode acompanhar clicando no link abaixo.
Domaine du Salvard Cheverny é o vinho de hoje para irmos nos despedindo do verão… E que venha a temporada de tintos encorpados e estruturados! Mas hoje ainda falamos desse vinho branco leve, fresco e perfeito para dias quentes.
Em um domingo de sol escaldante, praias lotadas e cidade cheia de turistas, achei como melhor opção ir para um bom restaurante comer um bom peixe e tomar um belo vinho. E foi aí que veio a escolha do vinho de hoje. O francês Cheverny já é um queridinho da minha adega, já postei algumas vezes no meu Instagram, e acho perfeito para esses dias quentes e se a ideia é tomar um vinho fácil. Com um corte de 75% Sauvignon Blanc e 25% Chardonnay, posso dizer que está de perfeito acordo com a minha fase em amor profundo com o Sauvignon Blanc.
Um vinho da região do Loire, que por característica da região tem um clima continental, o que proporciona uma fruta mais cítrica, fresco e mineral. Perfeito para um dia de verão! E ainda mais com a dica do dia que era lagosta. Esse vinho pede frutos do mar, pede camarões, ostras, peixes e ervas.
“Cor verdeal cristalina. Muito focado no nariz com cítricos, ervas frescas (funcho) e esfumaçado. Leve, com conjunto guiado pela mineralidade, persistente.”
O vinho tem como característica um leve período em contato com as lías (leveduras) o que proporciona um pouco mais de estrutura, podendo assim “descartar” o carvalho e permanecendo o frescor do vinho. Quem nunca provou um Cheverny e gosta de vinhos brancos leves e frescos sem dúvida, essa é a dica de hoje. Produtores existem milhares, mas as características dessa AOC é sempre frescor, frutas e mineralidade.
E agora começa a temporada dos vinhos tintos… Quero dizer dos grandes e encorpados vinhos tintos que evito na época de muito calor. Mas se surgirem dias de verão no inverno brasileiro, eu voltarei com outras taças de brancos por aqui! Até a próxima!