Minha Taça hoje é Plansel Selecta

Minha Taça hoje é Plansel Selecta

OK!!! Vamos falar de um vinho português hoje! Um daqueles queridos que temos na adega e até dá pena de abrir a garrafa… Mas chegou a hora dele entrar aqui no site na Minha Taça e para isso eu preciso tomá-lo!

O vinho pertence a Vinícola Plansel  que que começou com a ida do Alemão JORGE BÖHM a Portugal, e deu continuidade com Dorina Lindemann, sua filha. Hoje a vinícola é sob os seus comandos, e a terceira geração já entra em ação! Eu sou amiga da Dorina, já estivemos em vários eventos juntas, viagens e almoços que sempre terminam em boas risadas e saudades. Então sou uma apaixonada por seus vinhos, e sempre que posso falo com muito carinho deles.

Esse Plansel Touringa Franca fazia algum tempo que não provava e foi bom demais. O vinho que já tem alguns anos estava perfeito na taça. Aromas de cerejas vermelhas bem marcante, fresco e especiarias. Madeira moderada, elegante e sem exageros, os taninos estão macios para mim, mas algumas pessoas podem achar que seca um pouco na boca, mas para mim esta perfeito. O vinho vai tem guarda longa e por isso tem estrutura. Estimativa de 8 anos na ficha técninca.

Eu resolvi tomar acompanhando um risoto de queijo curado e páprica doce. E foi uma delícia! Mas me aventurei… Não me julguem! Quem nunca??? Coloquei uma posta de peixe no prato, e dei uma degustada no vinho com o peixe para ver a sensação. Apesar do vinho ter ficado bem mais pesado, não senti metalizado na boca, que normalmente sentimos. Mesmo assim,  eu não arrisquei muito e preferi apreciar o vinho antes do peixe e pós peixe.  Sem dúvida o vinho pede carnes mais pesadas ou um risoto bem “gordo”, que nesse caso até ficou legal.  Minha dica? Carnes de boi e risoto com vinho tinto e parmesão.

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Falando da uva Touringa Franca

A casta é portuguesa e com ela se faz vinhos como o do Porto. E escolhida por proporcionar frutas vermelhas e bourquet profundo e persistente, taninos mais leves, e vinhos menos concentrados que a “irmã” Touringa Nacional. Tem sido cada vez mais plantada no sul do país em regiões como Estremadura, Tejo e Alentejo que têm se empenhado.  Ocupa 4 vezes mais o plantio que a Touringa Nacional.

VINHO: PLANSEL SELECTA / PRODUTOR: PLANSEL / CASTA: TOURINGA FRANCA / SAFRA: 2009 / REGIÃO: ALENTEJO / IMPORADORA: DECANTER

No Picolino por uma noite…

Se tem uma coisa que faz toda a diferença em um restaurante é o atendimento. Claro que a comida é a parte mais importante, mas quando vamos a um restaurante já esperamos que a comida seja boa, ou maravilhosa como nesse caso, mas o atendimento, infelizmente, é um setor que tem deixado a desejar em diversos locais, né? O que não foi o caso aqui!!! E por isso falo do tema. Tudo impecável! Sempre atentos, taças apropriadas e indicação dos pratos sabendo exatamente o que eram os pratos, difícil hoje isso!!!

Bem, vamos a parte que interessa… A comida! Fomos jantar no Picolino algumas semanas atrás, comemorar o aniversário da mamis.  Cada um pediu um prato diferente, éramos 7 adultos, e fiz fotos dos pratos… Eu não provei o de ninguém, mas perguntei e todos foram só elogios. Vamos um a um.

Começamos com um couvert clássico e um vinho branco. O escolhido foi o Chateau Bouscassé 2008. Falamos dele em outro post.

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E os pratos principais começaram assim: O primeiro foi esse peixe com tangerina… Me perdoem, mas não sei o nome correto no cardápio de nenhum dos pratos!!! Esqueci de anotar. Foi a escolha da minha irmã e ela achou fresco e acidez presente, o que foi ótimo para quem buscava um prato mais leve para o jantar, mesmo que acompanhado de uma batata rosti. Fiquei de olho nesse prato, mas me rendi a outro…

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E o meu foi esse aí da foto de baixo! Ok, a foto está horrível, mas o prato estava divino!! Eram camarões ao curry servido com arroz branco. Eu amei de uma forma absurda! O curry existia, sabe?! Um prato spicy! Me senti comendo um prato asiático legítimo!!! Nada de delicadeza para quem busca temperos. O arroz branco dava o equilíbrio ao prato. E o que era esse gergelim preto por cima? Deu textura no prato super incrível.

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Mais um prato da mesa foi esse daí. Medalhões servido com um purê de batata. Segundo a “dona” do prato, estava suculento e o molho deixou a carne bem “molhada”. Além do serviço ter sido bem ao ponto como ela pediu.

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E por último, o prato escolhido por meu pai e Gianni foi o cordeiro ao vinho. Acharam o prato bem forte, marinado no vinho e que estava macio ao extremo. O acompanhamento eram batatas, que foi perfeito já que a carne era a estrela da noite.

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Vinhos!!!! Difícil harmonizar um único vinho com tantas pessoas a mesa. Então, a escolha foi ao gosto da aniversariante, e como ela tinha carne no seu prato, fomos de De Sangra da Luigi Bosca, já falei desse vinho AQUI!

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E o papo foi bom… E resolvemos abrir mais um vinhozinho. Dessa vez um mais leve para finalizar a noite. E tomamos o italiano de Toscana Alido. Um vinho IGT pronto para ser apreciado. Não achei o post, mas acho que já falei dele por aqui no site.

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E finalizamos com uma foto, parte da Família Buscapé na mesa… Euzinha, Mamis, Papis (conhecido como o Sr. Hélio) e Gianni no espelho! Ahhh

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Não nos aventuramos na sobremesa porque teve bolinho de parabéns no final! Espero que tenham gostado.

RESTAURANTE PICOLINO – Rua Marechal Floriano 319 – Boulevard Canal – Cabo Frio

Na Minha Taça Gere Attila Portugieser

Essa semana voltei a experimentar o Gere! Eu provei esse vinho em agosto do ano passado, e até então não tinha colocado na minha taça novamente. Mas querendo relembrar um pouco das suas características essa semana eu coloquei na Minha Taça! E vamos lá!!!

 

O legal desse vinho é que a casta já é diferente daquilo que estamos acostumados… Chamamos de Portugieser, que é muito comum na Áustria e Alemanha. E também é conhecida como Bauer Portugieser. Uma uva tinta de fácil cultivo, acidez baixa e corpo médio.

O Gere é da Hungria, e também tem produzido bem a casta, tendo um pouco mais de corpo e possibilidade de envelhecimento. Na Hungria a casta é conhecida como Oportó ou Kékoportó, e guarde esses nomes porque você poderá ver em muitos rótulos em vez de Portugieser. A região onde cresce principalemente essa casta é a Villány, e foi de lá que escolhi o vinho. As castas crescem mais estruturadas e proporcionando vinhos mais concentrados.

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O que eu achei do vinho?

Um vinho fácil de tomar, concentração mediana, taninos macios, cerejas frescas, folhas e um toque terroso, mas nada de doces ou compotas. Um vinho vivo e acidez presente. Achei um toque amargo no final, não sei se foi minha boca no dia ou se realmente apresentava essa característica, e falo isso porque não lembrava dessa característica da última vez que provei.

Um vinho legal para tomar entre amigos, sem compromisso, harmoniza com pratos como aves, mas não necessariamente é preciso ser degustado com um jantar. Facilmente um vinho para bate papo e petisco informal.

O produtor é tradicional e já está na sétima geração, e nas últimas decadas tem adaptado a modernidade com a tradição na sua propriedade. E para quem pretende visitar a região, é bom ter anotado que a família Gere possui um Hotel 4 Estrelas, além de um restaurante e um wine bar para os visitantes.

VINHO: GERE ATIILA PORTUGIESER / SAFRA: 2009 /PRODUTOR: GERE ATTILA / PAÍS: HUNGRIA / REGIÃO: VILLÁNY / IMPORTADORA: DECANTER

Reservado pra quem?

Se tem uma coisa que há anos repito a todos que me perguntam o que quer dizer o nome “reservado” nos rótulos é:  Reservado para os bobões do Brasil. Peço desculpas a todos os brasileiros por chamá-los de bobões, mas também me incluo nesse lista, afinal sou brasileira. E vou explicar melhor o porquê.

Certamente muitas pessoas compram o vinho pelo rótulo, e nomes bonitinhos, desenhos e alto relevo são detalhes que sabemos que ajudam na venda. E foi pensando nisso que vinícolas passaram a usar termos inexistentes, leiam bem, INEXISTENTES no mundo do vinho. Vamos com calma…

A classificação RESERVA existe, e é diferente de cada região ou país (leia as principais classificações no final dessa matéria). Mas países como Chile e Argentina que usam o termo não têm uma classificação legal para tal. Claro que boas vinícolas desses países classificam seus vinhos conforme o estágio em barrica, melhores vinhedos, safras boas, e já tentaram legislações locais para regularizar o nome, mas infelizmente não parecem ter chegado a um acordo em comum e até hoje não recebemos nada oficial quanto ao nome Reserva no Novo Mundo.

E foi pensando assim que algumas vinícolas começaram a retirar de seus rótulos o nome Reserva! Foi o que falei ontem do Luigi Bosca por aqui no blog. E existem outras vinícolas no mesmo pensamento. Mesmo assim, eu aceito bem vinhos com nome reserva ou gran reserva vindo desses países. Acredito que a seriedade de alguns produtores pode realmente apresentar vinhos com estágio em carvalho, melhores colheitas e capazes de sustentar o nome que talvez signifique que está acima da linha clássica.

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Mas e o tal Reservado? Minha resposta é marketing! Um nome no rótulo que leva leigos a acreditarem que se trata de algo até mesmo acima de Reserva, acredite! Já escutei diversas vezes essa definição de alguns clientes e amigos. Mas ela não tem valor nenhum! O vinho não tem legislação que controle sua qualidade, vinhedos ou mesmo processo de amadurecimento. O nome Reservado é apenas um rótulo da vinícola. Nada além disso! Não existe nem esse nome na Espanha ou em Portugal como achei escrito em alguns blogs por aí… Não confundam RESERVA com RESERVADO. OK?!

Sabe porque falo Reservado para os bobões dos brasileiros? Porque nós também não temos legislação quanto a isso no Brasil, e ainda permitimos a importação de rótulos com informações sem sentido. Os países Europeus não admitem a importação de rótulos fora da legislação e exigem que sejam adaptados as suas normas. Acho que está na hora do Brasil começar a regularizar as normativas por aqui e sim exigir que produtos importados também venham com a “verdade” em seus rótulos.

Então vamos explicar como funciona as classificações nos países europeus.

RESERVA: na Espanha e em Portugal o nome RESERVA distingue os vinhos de uma boa colheita. Sendo que em Portugal além de ser de uma boa colheita, o teor alcoólico do vinho está 0,5% acima do mínimo da região.  Já na Espanha o termo RESERVA no rótulo exige um estácio de no mínimo 3 anos entre barricas e garrafa, sendo necessário no mínimo 12 meses em barricas. E o vinho não pode ser comercializado antes de 4 anos da colheita descrita no rótulo. Sendo que os brancos ganham um desconto de 1 ano nesse estágio entre barricas e garrafa, e consequentemente de todo esse período também exige-se apenas 6 meses no carvalho.

RESERVE: um nome utilizado para distinquir vinhos de mais qualidade, mas diferente do termo RESERVA ou RISERVA. O termo americano tem menos controle. E alguns produtores adicionam outros nomes juntos como ESTATE RESERVE ou PRIVATE RESERVE.

RÉSERVE: termo utilizado em muitos Champagnes e que tem controle forte para quem utiliza por exemplo  Cuvée de Réserve. Normalmente o nome Réserve são os vinhos bases de Champagne que serão utilizado em outros anos futuros para produzir Champagnes não safrados.

RISERVA: utilizado na Itália para seus vinhos quando passam um tempo em envelhecimento antes de ser comercializado. Além disso os vinhos também atingiram um teor alcóolico de 0.5 ou 1% acima da média. O período nas barricas não precisa ser longo em alguns vinhos,  e nem todos necessitam um estágio em madeira, é o caso dos Chianti Classico Riserva.

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GRAN RESERVA: termo utilizado na Espanha para vinhos que devem permanecer em contato com o carvalho por um período que muda de DO para DO (Denominação de Origem). Na Rioja e na Ribeira del Duero esse estágio seriam de 2 anos em barricas mais 3 anos de garrafa, e somente no sexto ano o vinho deixaria a vinícola para ser comercializado.

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Essas normativas são utilizadas na Europa e copiada por alguns produtores do Novo Mundo, mas infelizmente sem a força de uma legislação e comissão de controle do uso correto dos nomes.