Borgonha e os chineses nas mesmas terras!

Borgonha e os chineses nas mesmas terras!

Impressionante como o tema de venda de propriedades e vinhedos tem crescido nos últimos anos! Acreditamos que com a crise europeia muitos produtores, principalmente os pequenos, se viram em dificuldade em manter suas propriedades. Mas com certeza existem outros fatores…

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Lembro em 2006 quando fui ao Dão visitar um grande produtor e amigo da família – Luiz da Quinta dos Roques e Quinta dos Maias, e em um bate papo conhecendo suas propriedades ele entrega que os filhos pretendem seguir outro rumo e não a tradição familiar dos vinhedos. O sonho da cidade grande, da tecnologia e de viajar o mundo atrai milhares de jovens e esses optam por deixar suas terras… Isso tem acontecido em muitos países. Os anos vão passando e a nova geração já não sonha com os vinhedos, e pode ter certeza que esse é um dos motivos que bons vinhedos estão sendo anunciados até mesmo em páginas na internet.

Em leitura algun tempo atrás, não me lembro de onde, a notícia é que a Borgonha vende suas terras aos chineses. Sim, eles vão produzir vinhos franceses, mas certamente perderá o “terroir”, que para mim é muito mais que terra, ar e clima. Quando sinto o bouquet e degusto um vinho, eu gosto de pensar como foi produzido, vivido aquele vinho até chegar ali onde estou… E a tradição, famílias históricas e amor fazem o terroir do meu vinho. Esses  chineses por sua vez, já anunciaram que os vinhos serão mais comerciais!

Os americanos não estão fora dessa lista! Em matéria recente na Decanter News, esses disseram que o trabalho fadigoso dos vinhos seria uma boa causa para se vender os vinhedos… E 30% disse que venderia se o preço fosse consideravelmente alto. Claro que esses são mais comerciais, e pretendem atingir um mercado grandioso com vinhos renomeados e rótulos de valor, não existe pressa para a venda!

O que você acha disso tudo? Eu acredito que bons produtores ainda terão décadas para frente, alguns filhos, sobrinhos e genros ainda pretendem tocar os negócios da família. Mas perderemos outros tantos bons pela frente… Esperar para ver! Enquanto isso, salvem as garrafas de Borgonha!

3 Restaurantes Japoneses para você escolher!

As dicas de restaurantes fazem parte do site e toda semana é isso, escolho um ou dois restaurantes e falamos por aqui do tema…

Em vez de escrever somente sobre um restaurante, vou falar logo de 3 casas e o que acho de cada uma… Deixo claro que não sou uma crítica gastronomica, mas gosto de comer bem… Então vamos aos meus comentários!!!

A primeira casa é o Kentô – restaurante já bem badalado, a porta fica lotada antes mesmo de abrir. Eu já fui algumas vezes e desisti em outras por causa da fila… A fome falou mais alto e mudei o rumo em vez de esperar! A última vez fazem aproximadamente 4 semanas, fui em um dia de semana, logo que abriu para o jantar! Realmente a casa apresenta bons pratos, mas dessa vez me decepcionou. Achei que não estava legal o sushi, o arroz parecia pesado e sem sabor. Me decepcionou um pouco para falar a verdade. Mas tenho que colocar na balança que já fui outras vezes e foi uma delícia. Será que mudaram o Sushi man??? Não perguntei, mas saí um pouco desejando o Kentô de outras vezes.

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A segunda casa é o Takê Sushi Bar . A proprietária é uma querida, e sempre vem a mesa perguntar se tudo está ok. Fui semana passada e a resposta é que melhorou muito desde a última vez que fui. Variedade e porções boas. Os pratos estavam muito bem decorados e saborosos! O bolinho primavera de legumes muito crocante e achei um dos melhores que comi recentemente. Posso dizer que comi demais… Mesa com muitos amigos e o papo vai e vem e comememos! O restaurante tem uma varanda que é ótimo para o verão… Foi o que mais tirei foto porque realmente estava muito bonito a apresentação. Olhem só!

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A terceira casa é o Sushi do Canal. Esse eu fui três vezes gravar um programa de culinária e harmonização, a última vez foi terça-feira passada, bem recente. Só comi pratos quentes até hoje, ou frias como cerviche. Ainda não provei o sushi e nem o sashimi da casa… Esse prato da foto estava delicioso. O camarão com maracujá ficou perfeito com o vinho servido – Finca La Linda Viognier (não vende na casa, eu levei o vinho). Aqui não estamos falando de uma comida japonesa 100%, é uma releitura dos pratos e adaptados ao paladar do público. Bom, gostoso e generosos os pratos!

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Esses são os japas que indico hoje. Já falei de outros por aqui no site, mas sempre é bom relembrar cada casa da cidade!

 

 

Luigi Bosca na Minha Taça!

Se existe um vinho que é clássico para quem realmente deseja conhecer um malbec argentino, diria que esse vinho é o Luigi Bosca. Um vinho que realmente representa as características da casta Malbec! Um exemplo disso é curso do WSET nível 1 onde esse é um dos vinhos degustados.

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Não é novidade para mim, e com certeza para muitos de vocês não. Já são mais de15 anos apreciando um bom Luigi Bosca, mas eu nunca falei desse aqui! O Luigi Bosca Malbec até dois anos atrás apresentava o nome reserva no rótulo, mas em um novo design para a garrafa e rótulo, a vinícola retirou o nome, deixando apenas a casta. Lembram-se da historinha do Reserva que contei AQUI? Ta aí uma das vinícolas que abriu mão do nome. Olha aí, a partir da safra de 2011 já mudou!

A família Arizu, que é proprietária da Vinicola Luigi Bosca e da Viña Alicia, produz vinhos clássicos, elegantes e bem apreciados mundo afora! Há um ano levei uma garrafa do DE SANGRE para degustar com um grande conhecedore de vinhos, a equipe que trabalha lado a lado com Marquês Nicoló – proprietário do Sassicaia – e sua família – LEIA AQUI – e ficaram impressionado com o vinho, o corte que lembra bem  um vinho de Toscana foi muito elogiado na ocasião.

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Voltamos ao vinho!!! É aquele que apresenta uma coloração rubi. Nos aromas se percebe ameixas, cerejas e um pocco de café depois de um tempo na taça. Também encontro pimenta do reino. Na boca é macio, taninos aveludados e nada agressivos. Porporciona uma sensação elegante e sem excesso de madeira. O vinho desce fácil apesar de ser malbec da argentina, e talvez a explicação esteja no carvalho francês que o vinho passou por longos 12 meses e depois em garrafa. No total, o vinho leva 2 anos para entrar no mercado.

Dica na cozinha? Um domingo de churrasco, batatas assadas, grelhados com legumes e queijos amarelos meia cura. Hummm… Deu fome!

VINHO: LUIGI BOSCA / CASTA: MALBEC / PAÍS: ARGENTINA / SAFRA: 2011 / IMPORTORA: DECANTER

A rolha  e o seu vinho ideal!

Essa semana aconteceu um caso engraçado. A proprietária de um restaurante disse que um cliente devolveu o vinho por causa da rolha. Até aí, ok! Afinal, se a rolha estiver mofada, aparência defeituosa pode ser um problema para o vinho… Mas não era o caso! Só porque o vinho tinha atingido um pedaço da rolha, e longe, mas muito longe de chegar ao topo da rolha e vazar o vinho. Então resolvi escrever essa matéria para ajudar aos iniciantes no mundo do vinho sobre tal ocorrido…  E junto vamos falar das rolhas em geral, o que tem no mercado, tendências e curiosidades.

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As rolhas originalmente são feitas de cortiça, mas devido as árvores estarem em extinção, percebemos na última década um crescente número de produtores utilizando produtos similares para substitui a tradicional rolha de cortiça.  Foram criada as rolhas de aglomerado, as sintéticas, a de rosca e por final as de silicone. E aí? Que vinho pode levar qual?

Outro motivo pelo qual as rolhas de cortiça estão sendo substitiuidas, tem sido o TCA (tricloroanisol), um defeito que ocorre na rolha dando um gosto e cheiro desagradável, causado por um fungo que atacada a cortiça. Normalmente chamamos de “bouchonné” (francês), mas você pode ouvir por aí, “corked” (inglês), “con corcho” (espanhol) e “com rolha” (em português).

A decisão de substituir as rolhas tradicionais foi muito bem pensada e aceita mundo afora. Aqui no Brasil ainda existe resistência, talvez porque somos aprendizes do vinho e falta conhecimento quanto a necessidade e a importância de conservar a rolha para vinhos certos.

As rolhas tradicionais de cortiças são fundamentais para os vinhos de guarda, vinhos que pretendemos deixar anos e anos nas garrafas. As rolhas são porosas, e deixam o vinho quase respirar. O vinho, normalmente nesse caso, deve ser guardado deitado e com o tempo a tendência é ir molhando a rolha. E conforme os anos de guarda do vinho, os produtores escolhem o comprimento da rolha para a garrafa. O que não é legal acontecer é o vinho vazar do outro lado da rolha, ou seja, abrir o lacre da garrafa e ter vinho. Sendo assim, esse vinho pode ter entrado em contato com o ar externo e ter perdido suas características. Vejam bem, pode acontecer, mas é preciso provar o vinho e realmente sentir nos aromas e na boca se existem defeitos. Mas não é defeito a rolha apresentar marca de vinho a sua volta quando tiramos. Na verdade esse é o momento que o vinho está no seu melhor ano de maturidade. Com todos os meus anos de experiência e vinhos degustados, posso afirmar isso!

Oha essa foto aí embaixo! Peguei em um site da internet. O vinho é o 1989 Lynch Bages – Gran Cru Pauillac – Medoc – Bordeaux, e foi degustado em outubro de 2013! Tenho certeza eu não decepcionou a quem provou! (leia mais AQUI)rolha chateau pauillac

Já essa rolha aqui apresenta mofo, e a possibilidade de está desagrável existe! Também é uma foto que peguei na internet.cork01

Então porque esse cliente no restaurante disse que o vinho não estava bom? Porque provavelmente ele está acostumado com a rolha sintética, que jamais deixará que isso ocorra, mas infelizmente, não é apropriada para vinhos de guarda. Sendo uma excelente escolha para vinhos jovens, frescos, brancos e roses que devem ser consumidos em pouco tempo.

As rolhas de aglomerado também servem para vinhos mais ligeiros e utilizam bastante para vinhos tintos jovens. Países do Novo Mundo como Argentina e Chile são grandes consumidores desse modelo.

As rolhas de rosca, são utilizadas em países com Austrália e Nova Zelândia, e chegam a Europa e outras terras. São as preferidas para vinhos do dia a dia, e realmente funcionam bem. São vinhos que não precisam de uma rolha, e eu particularmente prefiro a “Screw cap” que as sintéticas.

E por ultimo as de silicone que chamamos de “vino-lok”.  Que tem sido utilizada há anos pelos Alemães, e é fácil de abrir. Mesmo assim, alguns produtores ainda alegam que pode trazer cheiros desagradáveis ao vinho. Ainda não vi no mercado brasileiro essa rolha e é esperar para tirar as conclusões!

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O mundo do vinho é isso, cheio de novidades misturadas ao tradicional. Temos que saber entender o “velho” e suas funções, e temos que aceitar e adaptar a realidade com as novidades do mercado!

 

Uma noite no EGEO!

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Quem tem como destino Búzios pode ir agendando um final de tarde ou um jantar no EGEO! O restaurante, que fica localizado no Vila D’Este Handmade Hospitality Hotel, é tudo de lindo e bom!!! O primeiro que impacta é a vista, você vê toda a Praia da Armação, e o burburinho de quem anda pela Rua das Pedras… E o ambiente é super legal para namorar ou grupos de amigos… Até DJ a casa coloca nas noites de grande movimento. Um arraso!

O chef responsável pelo comando da cozinha é o simpático Abílio, e a gastronômia tem conceito mediterrâneo com inspiração buziana, já explico melhor!!! É que cada prato, tem um toque de fruta ou outros ingredientes que te remetem ao clima do local. Tá bom assim?!

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Vou falar da manteiga!!! A casa prepara uma manteiga com maracujá, e fica delícia a acidez do maracujá com a gordura da manteiga.  Não tirei foto do potinho, mas é aquele ali no meio da mesa!!! Não esquece de pedir a manteiga quando for lá!

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Vamos ao que realmente interessa! Os pratos!!! A turma na mesa era boa e por isso rendeu muitas fotinhos!!! Adoro!!! E apesar de não lembrar do nome dos pratos, e o ambiente está escuro, acho que vocês conseguem perceber as delícias servidas.  Teve uma pasta com frutos do mar – Frutti di mare. Parecia divino e chamou a atenção na hora que foi servido.

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Para que não quer sair da dieta e dispensa carboidrato à noite, esse é o prato! Um bom peixe – Cherne – servido somente com um rico molho de tomate. Se eu não me engano o nome do prato é Gabriel, e tem uma história legal por trás disso… Mas isso você pergunta ao Chef o dia que for coneher a casa!

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Outro prato que chamou a atenção, e quem comeu disse que estava divino, foi o  Cherne ao molho de gengibre com couscous nordestino de camarões.

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E por último o meu! Cherne ao molho de pitanga com risotinho de palmito.  A acidez do molho ficou excelente com o peixe.

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Eu não quis sobremesa! Mas duas pessoas pediram… Eu provei a mousse de chocolate, que esqueci de registrar, mas realmente era divina!!! E a segunda sobremesa na mesa foi o profiteroles com calda de chocolate. Olha só isso!

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E fica registrado aqui minha dica para quem for a Búzios! Lembrando que não precisa ser hospede do Hotel para frequentar o restaurante. E o preço é amigo gente!!! Pode ir sem medo! E por último a carta de vinhos, que é toda preparada pela Empório Portofino – Decanter, já que o Hotel faz parte do Circuito do Charme.