Azumi e o seu legítimo japonês!

Azumi e o seu legítimo japonês!

Se tem um restaurante que há meses eu queria conhecer era o Azumi. Morando fora do Rio há alguns anos deixe passar despercebido esse delicioso restaurante tão comentado… Na Veja Rio já foi eleito melhor japonês, e assim como diversos críticos gastronômicos já deram sua passada por lá. E é isso mesmo tudo que dizem! Família japonesa clássica, e sim falam em japonês pelos corredores do restaurante, assim como alguns clientes. E daí você tira a conclusão: uma casa japonesa frequentada por japoneses só pode ser um legítimo japonês! Concordam? Eu não dúvido! Os pratos têm o sabor bem diferente do que estamos acostumados nos japas por aí. São sabores mais intensos e sem ingredientes “abrasileirados” como cream cheese ou manga. Confesso que amooo um hot filadélfia com cream cheese.

Mas vamos explicar como foi a noite:

Em um sábado à noite fomos experimentar o cardápio da casa. E claro, muito bem assessorada por Alyssia – proprietária da casa – escolhemos os pratos e em pouco tempo foram servidos. Alguns total novidade, e outros são os clássicos que comemos em outras casas, mas o sabor bem diferenciado. Já aviso que comemos demais! Acho que o ideal é ir com mais amigos, assim é possível escolher mais opções e experimentar um pouquinho de cada. Fiquei com vontade de experimentar muito mais, ou seja, iremos voltar muitasss vezes!

Agora um pouco dos pratos servidos. Não sei o nome de nada! Esqueci de tirar foto do cardápio para registrar, mas acho que o importante é saber que tudo estava delicioso e vale a pena qualquer coisa do cardápio, que por sinal é enorme – reserve um tempo para estudá-lo! O peixe tem uma textura firme, bem diferente de muitos restaurantes que já tem o peixe bem mole. E o que é frito realmente é crocante!

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Esse foi  uma cortesia da casa, e nunca tinha comido. Tem o sabor bem intenso, e a gema do ovo de codorna deixa mais intenso ainda o sabor. Quem não está acostumado com ovo cru não faça cara feia, realmente é delicioso!  Peço desculpas, mas não sei o nome!

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Esse aqui foi servido ao lado e estava tão bonito que registrei! Acho que o sushiman (japonês) abriu mais de 30 ostras enquanto estávamos sentados no balcão. Mas deixei passar e está anotado para a próxima pedida!azumi_3azumi_8

E olhem só os cogumelos que maravilhosos!

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E foi assim mais uma orgia gastronômica da minha vida! Em um delicioso e sem dúvida o melhor japonês do Rio. Indico à todos e entrou para a lista dos queridinhos!

 

RESTAURANTE AZUMI – Rua Ministro Viveiros de Castro, 127, Copacabana.

Vinhos e os seus apps… Será que dizem a verdade?

Cada dia mais as pessoas querem aprender um pouco sobre vinho, e aí cada vez mais surgem novidades no mercado do mundo do vinho para ajudar aos enófilos de plantão. Entre todas essas os mais comentados são os apps (aplicativos). E aí? Você utiliza algum?

Eu entrei nessa onda de postar os meus vinhos, mas cansei um pouco e até retomei algumas semanas atrás… Mas juro que me cansa e acabo esquecendo de postar os vinhos que tomei por lá. Acho importante no meu caso participar, afinal o meu conhecimento pode ser de grande ajuda para os iniciantes do mundo do vinho. Acho até engraçado que as vezes chega uma pessoa na loja, abre o aplicativo e vai verificar os comentários daquele vinho, e realmente acredita que são mais sérios que nós profissionais que estudamos e estamos exatamente a disposição para auxiliá-los nas compras. Já vi caso da pessoa desistir da compra porque um comentário falava negativo de um vinho, daqueles vinhos mega top que merece quase um pedestal… Uma pena mesmo!

VINHO APP

 E será que dizem a verdade? Infelizmente a resposta não é positiva como gostaríamos e temos que tomar cuidado com boa parte do que postam e comentam nesses aplicativos.  Os dois mais balalados são o Vivino e o Delectable, sendo o primeiro de uso voraz no Brasil. E temos cada coisa que fica até difícil acreditar.

Vamos a alguns exemplos do que acontece nos aplicativos:

1. VINHOS “RESERVADOS” com 5 estrelas – É possível? Sim para quem não paga mais de R$ 25,00 em uma garrafa e está começando a gostar de vinho, mas fica complicado as 5 estrelas lado a lado com um Grand Cru da Borgonha, não acham?

2. PREÇOS VARIADOS – cada pessoa compra o vinho em um local, ou seja, cidade com impostos diferenciados, lojas e restaurantes (que costumam ter uma margem de 80 – 100%). Como saber se o preço está correto? Impossível. Infelizmente no Brasil pagamos tributação diferenciada, e o cara lá do nordeste sempre vai achar o vinho mais caro que o do RJ. Além disso, preço de restaurante varia muito! Já vi o vinho exatamente o dobro do vendido na loja. O correto seria o preço da importadora. 

3. COMENTÁRIOS – estão abertos à todos! Apreciadores, amadores e profissionais. Sem dúvida aqui haverá contrastes absurdos. Já vi alguém odiar um Barolo por ter acidez elevada. Sim! A safra jovem e um vinho com acidez alta para aguentar os anos de vida pela frente dentro da garrafa… Como explicar isso a uma pessoa que ainda está começando a entender de vinho? Ou seja, o Barolo foi colocado lá embaixo! Pobre Barolo! Melhor que sobra mais para nós!

Como já disse, eu até uso os aplicativos, mas lembrem-se de tomar cuidado com o que leem por lá! Nem tudo ou quase nada faz muito sentido. Mas sem dúvida existem perfis bem interessantes e que merecem o nosso respeito.

Festival Gastronômico de Búzios está de volta!

Todo ano é igual… Eu aviso que está chegando o Festival Gastronômico de Búzios e depois eu coloco minhas sugestões, críticas e muitas fotos do que aconteceu.

Vocês podem ler o que rolou no Festival gastronômico de 2013  AQUI  e AQUI e em 2014 AQUI

E hoje vim avisar que falta pouco para começar o Festival Gastronômico de Búzios!!!  Estarei presente com certeza, mas ainda não sei quais os pratos que irei degustar… Mas já coloco minhas sugestões aqui embaixo. Espero conseguir provar alguns desses daí, ou quem sabe todos?!  Lembrando que o festival é muito além da Rua das Pedras e esse ano aposto bastante no Porto da Barra e do Espaço Domme como os melhores pratos, mesmo assim escolhi alguns da Rua das Pedras e da Manoel Turíbio.

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Peixe Itaparica – PATIO HAVANA
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Ussuzukuri de peixe branco com molho siciliano e um toque azeite frutado – KOJIKI
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Risoto de Lagosta com Aspargos – PARVATI

 

 

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Polvo a Galega – RINCON
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Mini arroz Ruzene de aspargos e catado de caranguejo – ZUZA
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Salmão ao molho de três queijos – MARE

Vinhas Velhas – Quanto mais velha melhor?

Costumamos brincar ao dizer que quanto mais velho o vinho melhor ele é, o que não é verdade absoluta, afinal temos milhares de vinhos frescos que devem ser consumido rapidamente para não perderem sua acidez, sua “vivacidaz”! Agora a moda é escolher vinhos de vinhas velhas. E parece a expressão ter voltado: “quanto mais velha melhor”! Mas aqui batemos uma vez mais no estilo do vinho… O que você espera do vinho, qual foi o propósito do enólogo desse vinho?

O termo “vinhas velhas” pode aparecer no rótulo como Vieilles Vignes – na França, ou no termo em inglês Old Vines – presente na maioria dos vinhos do Novo Mundo.

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São melhores mesmo esses vinhos? Aqui falamos de um estilo de vinho, aquele produzido com castas de vinhas mais velhas, normalmente com 20, 30 ou mais anos, que produzem menos cachos de uva, então terão uma melhor concentração, com raízes mais profundas que são capazes de atrair características do terroir impressionantes! Se você busca intensidade, concentração e estrutura em um único vinho com certeza você encontrará, mas não quer dizer que um vinho que não seja de vinhas velhas não possa te proporcionar o mesmo.227902

Claro que tem um grande valor, afinal são vinhas com troncos largos, históricas e as queridinhas dos produtores. Mas muitas vezes se tornam tão poucas os cachos por planta que tornam esse vinho bem caro, e aí vem o tema será que o preço vale?

Então tudo é uma questão de percepção, valores e gosto! Melhores porque são mais velhas? Nem sempre! Depende do que você espera de um vinho, do quanto está disposto a pagar e se realmente consegue perceber essa diferença ao degustar um vinho. Mas uma coisa eu recomendo, deguste dois vinhos do mesmo produtor, um normal e outro vinhas velhas e tire suas conclusões! Eu já fiz e valeu muita pena porque eu consegui perceber um maior leque de bouquet no vinho em relação ao seu irmão mais novo.

NOVA Classificação do açúcar no vinho no Brasil

O meu vinho preferido virou meio seco? Colocaram açúcar no vinho? Foram essas as perguntas que alguns clientes me fizeram nas últimas semanas. E a resposta é um pouco complicada, ou nada complicada dependendo como um encara.

Cada país tem uma classificação legal para dizer se o seu vinho é doce, meio doce e seco. Aqui no Brasil não é diferente, mas ela mudou recentemente, e o melhor (leia-se com tom irônico) sem avisar com antecedência! Então agora você encontra um monte de garrafas nas lojas com rótulos rasurados ou com selos com a “nova” classificação de açúcar residual do vinho. O que era aceitável como seco até 5 gramas por litro virou 4 gramas, e justamente entre os 4 e 5 gramas estão a maioria dos vinhos tintos do novo mundo.

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Conclusão: o seu vinho não mudou! O vinho não está diferente! Não foi adicionado açúcar! Somente foi alterado o rótulo para se enquadrar na nova legislação brasileira. Então, o  que você pode encontrar nas lojas são muitos rótulos rasurados ou com etiquetas. Principalmente os MALBEC da argentina. Ok?!

Quanto ao teor de açúcares totais, calculado em g/l de glicose:

  • OS VINHOS, O VINHO LEVE E O VINHO FRISANTE serão designados de:
    Seco: 4,0
    Meio-Seco ou Demi-SeC: 25,0 4,1
    Doce ou Suave: 80,0 25,1
  •  Os vinhos ESPUMANTES OU GASEIFICADOS são classificados de:
    Nature 03
    Extra-brut: 8,0 – 3,1
    Brut: 15,0 – 8,1
    Sec ou Seco: 20 – 15,1
    Demi-Sec; Meio-Doce; Meio-Seco: 60,0 – 20,1
    Doce: 80,0 – 60,1
  • Os vinhos LICOROSOS são classificados de:
    Seco ou Dry: 20
    Doce: 80 – 20,1
  •  Os vinhos COMPOSTOS são classificados de:
    Seco: 40
    Meio-Seco, Meio-Doce: 80 – 40,1
    Doce: 100 – 80,1